By Marta Neres
Versão portuguesa em baixo.
Crew interviews
Being together with the same people for many days in a row may be overwhelming. Add to that being onboard of a ship in the middle of the sea, with limited communication to the outside world, and it may be one of the best or one of the worst experiences of your life.
I’ve been participating in scientific cruises since 2014, onboard different ships from a 7 m long inflatable boat to 75 m long research vessels. Regardless of vessel type, I realised that the more open you are, the greater the scientific, professional and personal outcome will be. There will always be unforeseen problems with the equipment. The data will often not be as perfect as you would like, and the sea may be unfriendly in ways that you may not even be able to work. But at the end of the day, you always learn something about your equipment and the value of your data, how to overcome difficulties, and how to deal with each other’s feelings and views. And you keep this experience deep inside you for the rest of your life.
Usually, in each cruise you meet several new people, each one with his own life path and motivation, and it’s always enriching to chat and get to know some of them better. During the UPFLOW cruise, we interviewed some members of the crew to know some of the stories of these crucial people, without whom our research could not be conducted. It was a huge pleasure to talk to each of them and share the laughs and tears that are marks of the joy, sadness, motivation and saudade that are behind each action taken at sea.
After these interviews and many conversations with other seamen through the years, a common feeling arises: the distinct Lusitanian way of feeling the Sea and all that it has to give and show. Living and working at sea is more than a profession, it is a way of facing life.
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Entrevistas à tripulação
Estar vários dias seguidos num espaço confinado, sempre com as mesmas pessoas, pode ser assoberbante. A bordo de um navio no meio do mar, com comunicações muito limitadas, pode mesmo tornar-se numa das melhores ou das piores experiências da nossa vida…
Tenho participado em campanhas oceanográficas desde 2014, a bordo de diferentes embarcações: desde uma lancha insuflável de 7 m de comprimento a navios com mais de 75 m. Independentemente do tipo de navio, tenho percebido que quanto maior a nossa abertura às particularidade e desafios de cada trabalho no mar, melhor será o resultado científico, profissional e pessoal.
Quase sempre há problemas imprevistos com o equipamento, os dados muitas vezes não são tão perfeitos quanto gostaríamos, e o mar pode ser hostil a ponto de nem ser possível trabalhar. Mas no fim de tudo, valorizamos e compreendemos melhor os nossos dados e aprendemos mais sobre o nosso equipamento, sobre como ultrapassar dificuldades e lidar com as emoções e opiniões dos outros. E tudo isto fica para o resto da vida!
Normalmente, em cada campanha conhecemos várias pessoas novas, cada uma com o seu próprio percurso de vida e motivação, e é sempre enriquecedor conversar e conhecer melhor algumas delas.
Durante a campanha UPFLOW entrevistámos alguns membros da tripulação para conhecer algumas das histórias destas pessoas cruciais, sem as quais o nosso trabalho de investigação não seria possível. Foi um enorme prazer falar com cada um deles e partilhar os risos e as lágrimas que marcam a alegria, a tristeza, a motivação e a saudade que estão por detrás de cada acção empreendida no mar.
Após estas entrevistas e muitas conversas com outros marinheiros ao longo destes anos, fica a certeza de uma sensação comum: a distinta forma Lusa de sentir o Mar e tudo o que ele tem para nos dar e mostrar. Viver e trabalhar no mar é mais do que ter uma profissão, é uma forma de encarar a vida.
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