By Marta Neres & Peter Makus
Versão portuguesa em baixo.
Captain José Gomes (en)
Our captain was born in Ílhavo, Aveiro district, 67 years ago. He has been working at sea since 1976, as a captain since 1987.
Being born in a fishery town, the sea has always played a central role in his life. For generations, men of his family have worked in cod fishing in Norway and Canada. For example, his father worked as an engineer on these ships.
Captain Gomes studied for four years in the Nautical School Infante Dom Henrique in Paço de Arcos. Before being a Captain, in the 1980s, he worked as Chief Mate on cod fishery ships in Canada and Norway. Depending on the sea conditions, the transit from Portugal to Canada could take between 11 to 23 days. However, the total cruise time was about six months. Captain José Gomes spent most of his career on cargo vessels around the world, especially around Africa.
After retiring, the Captain has never lost his passion for the sea and worked on research vessels affiliated to IPMA (Instituto Portugues do Mar e da Atmosfera – i.e., the Portuguese Institute for Sea and Atmosphere). Among these are the RV Noruega and the RV Mário Ruivo (our vessel). Additionally, he was the first Captain of the brand new, Angolan fisheries research vessel “Baía Farta”. The Captain referred to her as “the big toy” as she was equipped with all kinds of modern and expensive scientific tools.
The Captain thinks of the RV Mário Ruivo as an old lady. But just like an old lady, she has her particularities and character, which can make it hard to pilot her at times. Refurbishing and renovating her took years, but, in José’s opinion, it was well worth it as the vessel is working well and reliably now.
Work on a research vessel provides entirely different goals and perspectives compared to the work in cargo ships. Everyday work is often more diverse. For example, the engine often needs to be turned off during experiments, something they never did on cargo ships. All in all, work tends to be less stressful.
Captain José Gomes is also a passionate photographer. He takes at least one picture of the sea and its ever-changing face every day and, whenever there is some, of the sea life.
Old family traditions dictate that one does not leave to sea on Fridays.
To him, the most memorable experience was piloting the Baía Farta . Second to this is sailing in North Europe and experiencing the sea ice and the extremely cold temperatures. Once their vessel got stuck in the ice so that another ship had to come to rescue them.
During the UPFLOW experiment, Ana and Frederik had daily briefings with captain José Gomes to revise the route and deployment times as needed and discuss any logistics aspects. He and the bridge team kept us informed about the weather forecast and sea state conditions, providing us with regular data logs. Importantly, the UPFLOW team was always welcome to the bridge at any time and the captain even kindly offered his chair to the chief scientist to run the project’s live zoom sessions with schools! The excellent synergy and close relationship between the bridge, the crew and the UPFLOW team were key to the deployment’s success.
Comandante José Gomes (pt)
O nosso Comandante nasceu em Ílhavo, distrito de Aveiro, há 67 anos. Trabalha no mar desde 1976, como Comandante desde 1987.
Tendo nascido numa vila piscatória, o mar sempre teve um papel central na sua vida. Desde há várias gerações os homens da sua família trabalhavam na pesca do bacalhau na Noruega e no Canadá. O seu pai, por exemplo, trabalhou nesses navios como chefe de máquinas.
Após o secundário estudou na Escola Náutica Infante Dom Henrique em Paço de Arcos durante quatro anos. Começou então por trabalhar como Imediato na pesca do bacalhau no Canadá e na Noruega. Dependendo das condições do mar, o trânsito entre Portugal e o Canadá podia demorar entre 11 e 23 dias, e a duração total das campanhas era de cerca de 6 meses. Mas a maior parte do seu tempo de carreira foi passado em navios de carga por todo o mundo, mas principalmente na costa africana.
Mesmo depois de reformado, o Comandante nunca perdeu a sua paixão pelo mar. Foi então que começou a comandar os navios de investigação do IPMA, primeiro o NI Noruega e agora o nosso NI Mário Ruivo. Foi ainda o primeiro comandante do Baía Farta, um navio de investigação de pescas de Angola completamente novo e equipado com equipamento de ponta, a que chama “the big toy”.
Para si, o NI Mário Ruivo é uma “senhora mais velha”: tens as suas particularidades e carácter, que o tornam desafiante. Depois de vários anos em recuperação e melhoramento, considera que agora está em boa forma, a trabalhar muito bem. O trabalho nos navios de investigação é em geral mais calmo do que nos navios de carga, e também mais desafiante. Os objectivos e perspectivas são mais diversos; por exemplo as manobras de máquina durante os trabalhos em estações.
O Comandante é um apaixonado por fotografia. Gosta de fotografar o mar (fá-lo todos os dias) e também a vida marinha, sempre que possível.
A experiência mais marcante que já teve no mar foi mesmo pilotar o Baía Farta, mas refere também a navegação no Mar do Norte, com gelo e temperaturas muito frias. Uma vez o seu navio encalhou no gelo e teve de ser resgatado por outro navio. Sempre que possível segue a tradição de família de não sair para o mar às sextas-feiras.
Durante a campanha UPFLOW o comandante reunia diariamente e sempre que necessário com a/o chefe de campanha para rever a rota, as horas previstas para as largadas de OBS, e para discutir aspectos logísticos. Os membros da equipa de ponte (comandante, imediato, piloto) informavam regularmente acerca das condições meteorológicas e marítimas. A equipa UPFLOW era sempre bem-vinda e bem recebida na ponte. Inclusivamente, o comandante cedeu a sua cadeira à chefe de missão para a transmissão de sessões remotas com escolas.
A excelente sinergia e proximidade entre a ponte, a tripulação e a equipa científica foram factores chave para o sucesso da campanha UPFLOW.